terça-feira, 10 de julho de 2007

OLHARES SOBRE A PEDAGOGIA CENTRADA NO ALUNO DE CARL ROGERS

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

A proposta de Carl Rogers é apresentada como integrante da linha humanista da psicologia. "A pedagogia centrada no aluno" é uma apreensão da teoria, também Rogeriana, sobre personalidade e conduta da “abordagem centrada na pessoa”.

É alicerçada no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade, que conforme observa Morin em seu pensamento complexo se estrutura em uma conjuntura de fatores biológicos, físicos, psicológicos, sociais e espirituais, em uma teia inter-relacional.

O professor em si não transmite conteúdos, ministra assistência a aprendizagem, contribuindo para que o educando construa um olhar congruente aos saberes administrados, sendo um facilitador de aprendizagem.

Para Rogers, podem-se identificar três tipos gerais de aprendizagem:

· Cognitiva -que resulta na memorização de fatos e conceitos do ser que aprende, relativa ao desenvolvimento de competências laborais, ao saber.

· Afetiva -que revela-se por meio das manifestações interpessoais e intrapessoais, nos sinais internos ao indivíduo se manifestando em forma de prazer e dor, de satisfação ou descontentamento, de alegria ou ansiedade, relativa ao desenvolvimento de competências atitudinais, ao saber viver, ao saber ser e conviver.

· Psicomotora -que manifesta-se por meio respostas motrizes adquiridas por meio da cognição ou latente na afetividade, relativa ao desenvolvimento de competências procedimentais, ao saber fazer.

A abordagem Rogeriana é estruturalmente humanística e objetiva a aprendizagem pela pessoa "inteira"; uma aprendizagem que engloba os três focos gerais: cognitivo, atitudinal e procedimental. Trata-se de uma pessoa em construção e não de um aluno, que etimologicamente significa um ser sem luz, que sairá do mundo das sombras para o mundo da luz pelo parto do professor, uma doce ilusão.

Esta visão é extremamente desconexa com o sentimento de planetaridade que emergiu pós-globalização econômica com o advento dos processos de alfabetização ecológica encaminhada por Capra. Segundo este pensador é preciso reorientar o modo como os seres humanos vivem e educar as crianças e os jovens para que atinjam suas potencialidades. Esta visão e ação têm de ser vistas e abordadas no contexto dos sistemas: familiar, comunitário, ecológico e político, de forma local, mas, também, global.

Neste sentido, a visão expressa por Rogers tem forte identidade com a ecologia humana que é uma hipótese sobre a convivência, a ética e a condição humana. A meta da ecologia humana é restabelecer e religar os seres humanos uma capacidade de conviver em plena harmonia e desenvolver qualitativamente suas potencialidades de forma individual, coletiva e planetária, com êxito na vida e no meio ambiente natural ou construído.

Precisamos partir para práticas educativas mais conexas com atualidade, pois, senão, teremos uma escola cuja estrutura física é do século XXI e a epistemologia pedagógica é advinda da escolástica do século IX.

2 comentários:

RH disse...

Gostei do seu texto. Sugiro uma visita ao meu blog.

http://pazoriginal.blogspot.com/

Jorge Ricardo Menezes da Silva disse...

Visitei e gostei do que vi.
Abraços luso-brasileiros.

JRMS