domingo, 8 de julho de 2007

OLHARES SOBRE A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO EDUCANDO

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

Uma pergunta inquietante é esta: quem sou eu? A grande verdade é, sem a pretensão de ser absoluta, a busca de respostas sobre nós mesmos. Tal questionamento é um objeto subjetivo, pois, certamente não somos a imagem refletida no espelho, somente. Somos substantivo, por definição, por termos um nome próprio, onde o próprio remete a idéia de propriedade, dando um caráter de individualidade ao próprio ser. Paradoxalmente surgem os adjetivos, que nos atribuem qualidades em função de incontáveis parâmetros: aspectos biofísicos, psicológicos, sociais e espirituais, na teia da complexidade humana, como propõe Morin.

A própria teia da complexidade nos dá a “cola” de que ao mesmo tempo em que somos individualidade, somos coletividade Esta singularidade é construída e reconstruída na pluralidade de instituições sociais onde estabelecemos relações interpessoais: na família, na escola, no trabalho, no lazer e para quem professa ideologia religiosa, nos templos.

A sinérgica teia de construção da personalidade e da identidade demonstra, ainda, a nossa capacidade de educarmos e nos educarmos. Como propõe Piaget, nosso desenvolvimento cognitivo parte da premissa que estímulos em nossos esquemas mentais nos tiram da zona de conforto, proporcionando aprendizagens. A aprendizagem é encarada como mudança de comportamento em todos os níveis da compreensão humana: cognitivo, procedimental e atitudinal. Se não há mudança de comportamentos, não houve aprendizagem, isto é fato.

Então, os principais problemas de aprendizagem estão locados na natureza dos estímulos. Estes estímulos no ensino são as mediações proporcionadas pela didática a fim de seja construída a aprendizagem. Nesta, perspectiva, as falhas da didática, por não conseguir estabelecer um cardápio atrativo e sedutor, conduzem o educando ao desinteresse, que o leva a solicitar ir ao banheiro, a estar com dores de cabeça, a criar fugas para sair da “aula marasmo”, isenta de vida e motivação.

Em situações desta natureza devemos questionar a nossa própria práxis incessantemente, de modo a identificarmos onde estamos falhando e em quais aspectos precisamos investir em estímulos que proporcionem elevação da motivação.

Retomando nossa conversa inicial e buscando estabelecer rumos para esta prosa, queremos dizer que a identidade, revelada pelos comportamentos atribui à escola e ao professor papeis relevantes na construção da individualidade e do sentimento de coletividade presentes na personalidade juvenil.

Portanto, na escola, o educador de fato deve se constituir como um profissional capaz de entender e aplicar técnicas educativas que contribuam com esta formação individual e coletiva, sem valorizar o individualismo, para que se construa cidadania crítica e participativa, com intervenções na própria realidade, com habilidades, hábitos e atitudes. Que ao mesmo tempo este educando possa agregar novos valores, relevantes a contemporaneidade, e possua um alicerce comportamental, a fim de que não seja um barco sem rumo.

Nenhum comentário: