segunda-feira, 9 de julho de 2007

OLHARES SOBRE VISITAS DE ESTUDO NO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO:REVISITANDO A PEDAGOGIA FREINET

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva


Centros de pesquisas, museus, hospitais, florestas, sítios, parques temáticos, instituições de ensino superior e empresas devem fazer parte de visitas de estudo a alunos de educação básica. Vale ressaltar que visitas de estudo são ferramentas cognitivas que estimulam de forma singular e complexa a aprendizagem dos conteúdos ministrados em sala de aula, além de proporcionar o desenvolvimento de competências laborais tais como o trabalho em equipe, liderança, domínio da norma culta da língua portuguesa, responsabilidade e cumprimento de metas e prazos.

Estas visitas têm, ainda, o intuito de estabelecer um diálogo entre Ciência & Tecnologia & Meio Ambiente, tratamento acadêmico holístico que visa desenvolver o pensamento sistêmico com forte dose de ecoeducação, que vai além das fronteiras da conscientização, buscando promover aprendizagem de hábitos e atitudes, ferramenta necessária para educação do profissional do século XXI.

Morin (2003) enfatiza que a missão da escola na era planetária é fortalecer as condições de possibilidade da emergência de uma sociedade-mundo composta por cidadãos protagonistas, conscientes e criticamente comprometidos com a construção de uma civilização planetária. Neste sentido, a Pedagogia Freinet se demonstra instrumento eficaz e eficiente na socialização de saberes sociais e valores necessários ao convívio humano: a cooperação, a comunicação, a documentação e a afetividade.

A cooperação parte da premissa que todo trabalho desenvolvido em equipe reúne ingredientes dialógicos que proporcionam a compreensão e o respeito à pluralidade de idéias na tomada de decisões.
A comunicação refere-se a socialização dos saberes, empregando as linguagens verbal e não-verbal, de maneira a integrar os diferentes pontos de vista visando a superação do espírito disjuntivo, reducionista e fragmentador presente no pensamento mecanicista que permeia as ações humanas.
A documentação tem como objetivo o registro das experiências e experimentações realizadas na construção dos conhecimentos realizadas de forma empírica que deve valorizar o uso de mapas conceituais para posterior formatação em relatórios de projeto de pesquisa nos limites da metodologia do trabalho científico.
A afetividade é componente nutrido pela relação entre os educandos entre si, exigindo respeito mútuo, e entre eles e o objeto de conhecimento, reconhecendo que conteúdos devem transformar-se em saberes para a vida prática por meio de vínculos cognitivos.
A escola e os educadores têm sido impelidos a tomar lugar no aprendizado sistêmico e não no ensino dos conhecimentos formais somente, sem a responsabilidade de educar plenamente e proporcionar condições para o desenvolvimento de habilidades e meios para que os jovens possam traçar a sua independência.
Em síntese, a escola de ensino médio que está dissociada do projeto de vida dos adolescentes, que não dá condições para aplicar a aprendizagem curricular no planejamento de suas vidas não cumpre suas funções sociais.

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