quinta-feira, 28 de junho de 2007

Olhares sobre as Teorias do Conhecimento em Educação
Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

A psicologia da educação teve e tem como principal objeto e preocupação elucidar as dúvidas que os educadores possuem no que se refere aos processos de aprendizagem e o roteiro a ser seguido de modo em que o ensino cumpra seu papel como elemento de transformação de comportamentos nas esferas cognitiva, procedimental e atitudinal, que se sintonizam com o saber conhecer, saber fazer, saber ser, saber viver e conviver, magnitudes parametrizadas pelas postulações de Jacques Delors em seu relatório da educação para o século XXI, efetuado para a UNESCO.
Deve-se ter a clareza que a educação é um instrumento amplamente utilizado como um aparelho ideológico do estado, refletindo idéias e concepções políticas da ideologia dominante e do governo. Entretanto, o educador municiado de conceitos e habilidades laborais, de uma educação balizada na didática da pedagogia histórico-crítica postulada por Saviani, tende a descortinar os véus das cegueiras da ignorância que nos fazem meros reprodutores, por vezes até críticos, mas ainda reprodutores, das ideologias dominantes que conduzem a receitas pragmáticas de educação para o não pensar, contribuindo para a formação de uma geração de alienação e vazia de significados.
Neste sentido, observar as teorias que alicerçam a práxis educacional contribui para o desenvolvimento da consciência e da ação crítica docente a fim de que elabore e realize processos educativos que permitam a construção da identidade do educando com autonomia intelectual e efetiva participação social.
As principais correntes das teorias do conhecimento que tem aplicabilidade no contexto brasileiro são o inatismo, o ambientalismo e o sócio-interacionismo.
O inatismo tem como premissa básica que as influências do meio não operam mudanças de caráter significativo no desenvolvimento humano, ou seja, o ensino, no campo da educação, interfere o mínimo na cognição do educando. Seu pressuposto racionalista caracteriza o homem como dotado de suas capacidades básicas e qualidades, identidade, personalidade, caráter, valores intelectuais, sociais e morais, conduta social e competências laborais. Por fim, de acordo com esta linha o homem nasce pronto, sendo quase desnecessárias intervenções em prol do desenvolvimento, uma incongruência sob os olhos do pensamento sistêmico e holístico.
O ambientalismo tem como crença que o homem é uma tábua rasa onde se registrarão os comportamentos desejados pela ideologia dominante. O meio e os estímulos aplicados são o condutor da formação da personalidade e da identidade. Neste modelo há fé que os estímulos são recompensados ou punidos por meio de notas, pontos, prêmios e castigos, algo que os professores desconhecem no cotidiano escolar, não é mesmo?
O sócio-interacionismo tem como pressuposto os aspectos relevantes das duas correntes citadas anteriormente valorizando os fatores internos (inatos) e os externos (ambientais) como veículos responsáveis pela construção e o desenvolvimento humano. De acordo com as concepções vygotskianas e piagetianas o conhecimento se edifica na interação do homem com suas potencialidades e o meio em que estas mediações ocorrem.
Como você vê sua práxis em sala de aula? Você é um sócio-interacionista?

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