domingo, 9 de setembro de 2007

Olhares Sobre a Politização do Educando do Ensino Médio

por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva


Em virtude de incontáveis escândalos que causam indignação popular, seja no cenário político local, regional ou nacional, o questionamento das posturas das lideranças instituídas deve se dar, sobretudo nas urnas e na politização de nossos jovens, eles precisam compreender o raciocínio político que rege atitudes de desgovernança, da ausência crítica de planos políticos sócio-ambientais, para progredirem em ações cidadãs, na busca incessante e persistente por melhorias estruturais no bairro, cidade, estado e país onde vivem.
Consideramos que a escola de ensino médio deve ser uma escola para jovens, e entende-se uma escola para jovens como sendo aquela em que eles tenham vez e voz, onde haja o espaço para o questionamento e a discussão, para a reformulação do pensamento, para a construção empírica e racional dos saberes, para a intervenção na realidade, para a transgressão e para a mudança, para criação coletiva e individual da consciência moral, crítica e cidadã.
No âmago desta perspectiva MORIN (2003) enfatiza que a missão da educação para a era planetária é fortalecer as condições de possibilidade de emergência de uma sociedade-mundo composta por cidadãos protagonistas, conscientes e criticamente comprometidos com a construção de uma civilização planetária. Este comprometimento a que Morin se refere se constrói por meio de uma educação que supere modelos propedêuticos e que revelem forte ligação com a contemporaneidade. A politização do jovem por meio da educação visa torná-lo consciente de seus direitos e deveres políticos a fim de que intervenha com protagonismo na teia social em que está inserido.
Os problemas estruturais das comunidades são muito semelhantes, eles se revelam em função de inúmeros parâmetros formados por problemas de ecologia natural, revelados pela degradação ambiental dos recursos hídricos, por meio do lixo, da ocupação desordenada, por problemas da ecologia social ocasionadas pela desestruturação familiar, população de rua, desemprego, analfabetismo, habitação inadequada, tráfico de drogas e a violência, e por problemas de ecologia humana formados pela dependência química, abuso infantil e problemas psíquicos. Discutí-los de forma sistematizada é função social da escola, principalmente das instituições de ensino médio.
Atrelar esta discussão ao cenário político agrega o valor de que a conscientização se construirá em contexto real e não em um plano imaginário ou singular, desvinculado da realidade.Para tanto, a escola deve promover debates de modo que a dialética estabelecida entre os jovens, como representantes da comunidade local, e pessoas que ocupam aos cargos eletivos seja formador de opinião nas duas faces deste tabuleiro de xadrez, tanto nos jovens que poderão opinar, questionar e discutir idéias partidárias, quanto nos políticos que terão oportunidade de compreender os anseios juvenis e contribuir, desde que eleitos, para redução dos hiatos das políticas públicas para inclusão adolescente.

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