quarta-feira, 12 de setembro de 2007

OLHARES SOBRE A DISPRAXIA

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

Muito se tem produzido a respeito dos aspectos cognitivos referentes ao desenvolvimento humano no que se refere à aprendizagem de fatos e conceitos, ao desenvolvimento do raciocínio lógico. Infelizmente, tem-se esquecido ou relegado ao segundo plano um parâmetro tão importante à cognição quanto a leitura, a escrita, a interpretação, o calculo e a organização do raciocínio, que é a linguagem corporal, a cinestesia, a motricidade humana.
A motricidade é uma das atividades que caracterizam os animais, permitindo-lhes tanto ajustar sua postura em função de suas necessidades de relacionamento com o mundo, como se movimentar neste mesmo mundo, buscando condições favoráveis e confortáveis para explorar o meio que o cerca. Para gerenciar estas atividades, o cérebro emprega os dados obtidos por meio de seus sistemas sensoriais. Por este motivo, existe uma íntima associação entre o desenvolvimento da motricidade e da capacidade de sensório-motora. Logo se observa uma estreita ligação entre a psique e as respostas motoras, há inteligências envolvidas, conforme postulações de Gardner.
Neste sentido, a psicomotricidade e a educação psicomotora, que é desenvolvida na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental é que é banida do segundo segmento do ensino fundamental e do próprio ensino médio, se reduzindo a atividades desportivas nas aulas de educação física, se traduz como o desenvolvimento holístico do ser humano por meio dos movimentos e conduz a redução de dificuldades e de distúrbios de aprendizagem. Assim, a educação psicomotora investe em ambientes que estimulem as vivências corporais, ou seja, buscando retirar o educando da zona de conforto, mexe com os esquemas mentais, proporciona estímulos que contribuem para a assimilação e a acomodação de novas ações motoras que são organizadas pelo uso do raciocínio.
No que se refere ao desenvolvimento de atividades laborais, uma dificuldade de aprendizagem que se revela é a dispraxia. O prefixo dis tem significado etimológico que revela a anormalidade, enquanto que a práxis tem sentido etimológico da ação, do labor, da operação. Portanto, a dispraxia é um transtorno nas aprendizagens espacial e cinestésica-corporal, pois a lateralidade, a organização do espaço, o desenvolvimento de atividades motoras finas criam habilidades e competências cognitivas.
Este fato contribui para o fracasso escolar. Há desvios no desenvolvimento humano que criam limitações para que o educando atinja a fase de operações concretas. Há uma perturbação do esquema corporal. Quando a dispraxia é no olhar, além das perturbações perceptivas, há dificuldades de postura e de equilíbrio físico.
O que fazer? Este questionamento é pertinente, pois cada reflexão que fazemos deve contribuir, também, para o saber fazer pedagógico. São em atividades de jogos cooperativos, construção de mosaicos, escultura, pintura, montagem de cartazes, recorte e colagem que constituem laboratórios de observação das dificuldades motoras dos educando de modo a encaminharmos soluções no âmbito escolar ou clínico com especialistas se necessário. O único cuidado é não banalizar.

19 comentários:

maedobiel disse...

meu filho tem dispraxia e só descobrimos isso agora. ele tem 8 anos. peço dicas de como melhor proceder

olharespedagogicos disse...

Prezada máe do Biel

desculpe o atraso, mas estava com problemas com a senha de acesso.

Em primeiro plano deve-se saber as causas-raizes da dispraxia. Se e motora,da fala etc.
Tal diagnostico pode ser feito por meio estrategias proprias adotadas por psicologos especializados no assunto.

cintia disse...

GOSTARIA MUITO DE ENTRAR EM CONTATO COM A MAEDOBIEL, MEU FILHO TEM DISPRAXIA TB, ELE TEM 5 ANOS, E TALVEZ EU POSSA AJUDA-LA EM ALGUMA COISA.

Prof. Mestre Jorge Ricardo Menezes da Silva disse...

Continuando a contribuição:
O diagnóstico da dispraxia parte da premissa que em primeiro plno há necessidade de uma entrevista preliminar capaz de identificar elementos na história da criança que apresentem doenças/traumas que tenham contribuido para emergência da dispraxia.
Recurso posterior é a aplicação de exercícios motores que visem a identificação de atrasos no desenvolvimento neuromotor/desabilidades/dificuldades de aprendizagem.
No ãmbito escolar se recomenda a aplicação de testes como o de Santucci para crianças do pré escolar e o de Bender para escolares.
Minha recomendação mais importante é que a ajuda seja encaminhada por profissionais que tenham capacitação/experiência em neurociências & psicologia.

desejo de sucesso

Gisele Carrasco disse...

Olá! Gostaria de estudar sobre dispraxia na escrita... você poderia me indicar algum livro? obrigada!

Nena disse...

Oi amigos, preciso de ajuda,minha filha tem hoje 23 anos, esta na faculdade, mas tem postura de dispraxia nos movimentos, no olhar. Na época que soubemos, aos 11 anos, tinhamos duas opções ou tratar com Gaba e outros medicamentos ou dar a ela uma vida saudavel fora de São Paulo, o que acabamos optando, fomos morar no litoral onde ela pudesse andar e viver com liberdade.
Muito pouco resolveu, durante todo a adolecencia teve acompanhento psicologico, mas nenhum tratado diretamente pra dispraxia, achavam que era mais emocional, resultado, hoje tenho uma bela moça, com 23 anos, totalmente desinteressada por ela mesma, sem nenhuma vaidade, sem conseguir ter amigos,depressiva, completamente só, por vezes agressiva em gestos e palavras.
Se alguem poder me ajudar, me indicar tratamentos ou livros, por favor.

Anônimo disse...

Ola Nena, gostaria muito de conversar com você, sou pesquisadora e atualmente realizo em projeto cientifico sobe dispraxia. Espero sue contato:
pri.kimma@gmail.com

Um abraço

cintia disse...

NEMA, MEU FILHO TEM DISPRAXIA TB, ELE TEM 6 ANOS E FAZ UM ANO QUE DESCOBRIMOS, ELE FAZ HIDROTERAPIA E EQUOTERAPIA, E TEM MELHORADO MUITO, TANTO UMA COMO A OUTRA AJUDA A AUMENTA A AUTOESTIMA QUE NO CASO DELES É BAIXA, ENTÃO PROCURE UM MEDICO E PERGUNTE A ELE SE PRA ELA TB É RECOMENDADO.

olharespedagogicos disse...

Transtornos da aprendizagem
Abordagem neurobiológica e multidisciplinar

Newra Tellechea Rotta, Lygia Ohlweiler e Rudimar dos Santos Riesgo

editora artmed

olharespedagogicos disse...

Prezada Nena

desculpe o atraso. Final de ano em escola é altamente atarefado, ainda mais com o calendário comprometido pela gripe suína...

vamos lá, sua menina aparentemente dispõe de dispraxia como dissestes e outras componentes derivadas, tais como baixa auto estima, originada tb provavelmente pela "revolta" com o estado de seus movimentos.

Face a este quadro o recomendável é o tratamento clinico por meio de especialistas na área neuropsicológica sob o ponto de vista médico e social com apoio da Terapia Ocupacional.

Sabe aquele dito popular, mente vazia é oficina do capeta,ela precisa de ocupação, ela precisa atuar socialmente, ver, sentir, vivenciar situações em que se sinta importante. Obras sociais e/ou religiosas.

Tendo uma vida social ativa e participativa, comunitária vai contribuir para sua inclusão, ela provavelmente se sente excluída e inferiorizada, dai sua agressividade.

desejo de sucesso

Unknown disse...

Olá descobri que tenho dispraxia e estou a procura de alguma ajuda tenho feito pesquisas na internet, minha fonoaudióloga diz que é uma forma leve mas sofro com isso desde pequena e se tiver ajuda melhor, obrigada.

Unknown disse...

Meu filho de 3 anos não consegue pronunciar frases completas desde quando começou a falar tem dificuldades ,quando insiste em falar algo chega a gaguejar e ai não sair nada ,,vai ai algumas palavras que ele troca aumentar=aimentei,assistindo =titindo,desenho tetenho,pra mim =pa ni e assim vai são muitas as trocas quase não fala certo ele usa a tal linguagem tatibitati
me ajude a entender o que esta acontecendo com ele

Unknown disse...

Olá, gostaria de saber mais sobre a doença e indicação de livros para lidar com a dispraxia.

Unknown disse...

Olá, gostaria de saber mais sobre a doença e indicação de livros para lidar com a dispraxia.

Unknown disse...

Olá! Gostaria de saber q idade a criança deve procurar uma fonoaudióloga para fazer um diagnóstico. Meu filho tem 2 anos e 4 meses e só fala mama. Ele tenta falar chega até a fazer força. Me dá até nervoso. Ele chegou a falar totó qdo era mas novo mas agora ele não fala. Ele qdp quer alguma coisa me puxa com a mão. Por favor me ajude. Grata. Meu e-mail é SERGIOESUELY@HOTMAIL.COM

Luciana disse...

Tenho um sobrinho de 5 anos com dispraxia e gostaria de receber informações sobre metodos de alfabetização para crianças portadoras dessa patologia.

Unknown disse...

Boa tarde,tenho uma aluna com dispraxia e gostaria de saber se existe algum livro ou site que de dicas com estimular o interesse dela dentro da sala de aula??Desde já agradeço a atenção...Carol Maia

Gisele Carrasco disse...

Um livro que explica a Dispraxia é "Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem - Vitor da Fonseca - Ed. Artmed".

Unknown disse...

Olá Nena, meu nome é Eraldo e tenho problemas com a dispraxia, hoje em dia consegui romper com muita coisa, já consegui entrar para o mestrado, li seu post, faz algum tempo estou tentando criar um grupo de bate papo na internet só para jovens e jovens adultos que sofrem com a dispraxia. Caso tua filha esteja interessada só me chamar por email: eraldo.ufam@gmail.com.