domingo, 9 de setembro de 2007

Matéria no CREA RJ em Revista

Dando rodas
à imaginação


estudantes da escola técnica do Rio de Janeiro inventam carrinho de
bebê automatizado e ganham prêmio em exposição do CeFet/RJ


Quase nenhum pai se conforma:
ver aquele equipamento ou aquele
brinquedo tão sonhado pelo filho e
tão caro ao cofre familiar acabar completamente
desmontado ou virar uma
geringonça de "design inovador" ou
utilidade inimaginável.
Mas por trás da aparente destruição
pode estar, mesmo que inconscientemente,
a curiosidade de uma mente
que busca ir além dos efeitos do brinquedo,
procurando as causas, inventando
novas possibilidades.
Certamente essa descrição caracteriza
muitos dos alunos vencedores
da EXPOTEC, exposição organizada
pelo Centro de Educação Tecnológica
Celso Suckow da Fonseca (CEFET)
e que mostra a produção em ciência
e tecnologia de alunos de cursos de
educação profissional de nível técnico
do estado.
O projeto experimental do CBAXP –
um carrinho de bebê automatizado com
rodas dispostas em triângulos para evitar
transtornos na hora de subir escadas
ou calçadas – de um grupo de dez
alunos do curso de mecânica da Escola
Técnica do Rio de Janeiro (ETERJ), é
uma demonstração de como o estímulo
à pesquisa e à prática podem ajudar a
resolver problemas do cotidiano.
Para a aluna Daniele Lucas Macieira,
participante do projeto, foi inesperada
a vitória na exposição. "Não esperávamos
ganhar. Nós pensávamos
nosso projeto como uma coisa simples,
se comparado a outros projetos
participantes. Foi realmente uma surpresa",
afirma.
Mas como no ditado "é nos menores
frascos que se encontram os
melhores perfumes", é também das
idéias simples que nascem as grandes
soluções.
Para o professor Jorge Ricardo
da Silva, Coordenador de Projetos da
ETERJ, toda boa idéia é simples. "No
caso do CBAXP, os alunos imaginaram,
inicialmente, utilizar um acionamento
eletro-eletrônico para as rodas do carrinho.
Depois, eles concluíram que não
seria necessário. Bastava um sistema
mecânico de rolamento para o funcionamento
imaginado. Nem sempre para
a melhor solução é preciso usar tecnologia
de ponta. Isto diminui o custo de
produção e, conseqüentemente, o preço
final para o consumidor", esclarece
Jorge Ricardo. F (V.M)


UNINDO A TEORIA À PRÁTICA

Situada na Zona Oeste da cidade
do Rio de Janeiro, a ETERJ aplica um
importante método educacional para
o ensino técnico: a pesquisa. A participação
nas atividades dos laboratórios
para projetar, gerenciar e fabricar é disciplina
obrigatória para todos os alunos
da escola, que possui os cursos técnicos
de mecânica, eletrônica, eletrotécnica
e informática industrial, todos devidamente
registrados no Crea-RJ.
O estímulo à procura de soluções
para os problemas do cotidiano foi
uma forma que a escola encontrou de
unir a prática à teoria e ao interesse
dos estudantes. "A educação profissional
é uma porta de ascensão para a
maioria dos alunos que procura o ensino
técnico. Com a prática, eles exercitam
a teoria aprendida e se tornam
protagonistas de seu próprio conhecimento",
define o professor.

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