segunda-feira, 30 de março de 2009

OLHARES SOBRE A APRENDIZAGEM DOS EDUCADORES

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

“Não é a melhor estratégia os professores ficarem falando o tempo todo; pelo contrário, eles devem fazer a classe a contar o que sabe... É sábio educador aquele que procura desafiar a habilidade e os poderes do aluno, em vez de esforçar-se o tempo todo para dar a lição.”

Ellen White

Ensinar é transferir conhecimentos? Paulo Freire certamente e acertadamente já nos revelou uma resposta a esta questão em sua pedagogia da autonomia. Pois, se ensinar fosse transferir conhecimentos não precisaríamos de professores e da educação presencial. Os livros, as revistas, a internet, a TV são fortes instrumentos de socialização de conhecimentos. Contudo, não são ferramentas capazes de educar plenamente, simplesmente porque não são dialéticos e se não permitem o diálogo mais profundo não conferem de fato competência. Se resumem, apenas como fortes estímulos a memorização.
Autonomia. Autonomia? Autonomia, eis a questão. Realmente objeto Shakespeariano. É de suma importância para o educador entender e aplicar os conceitos na educação, neste sentido, o significado de autonomia é encontrado junto aos gregos onde autos significa por si só e nomós significa norma. Portanto, nossa leitura do termo composto autonomia reside em afirmar que este se traduz como sendo a capacidade da pessoa em tomar suas decisões balizada na ética e no principio da sociabilidade.
A grande questão é exercemos nossa autonomia? A nossa docência emprega no ensinar e no aprender a autonomia?
Se sua resposta for positiva, parabéns! Se sua resposta for negativa você não está contribuindo para a construção de uma sociedade democrática. Parece ser acusatória minha impressão neste momento, mas não o é. De fato minha argumentação é responsabilizatória. Como assim? Parto da premissa que é de responsabilidade docente a educação em toda sua multiplicidade: cognição, psicomotricidade e afetividade, que se resume no saber aprender, no saber fazer/agir, no saber ser e no saber conviver.
Se acaso não está agregado a cultura docente o trabalho autônomo, como poderá este educador disseminar autonomia? Se o educador não é empreendedor e proativo como despertar no educando estes valores?
Por estas e outras razões é tão importante a aprendizagem do educador. Educadores que dominam as múltiplas linguagens, que compreendem os fenômenos pedagógicos e psicológicos envolvidos na aprendizagem, que enfrentam as situações problema tais como salas superlotadas bem como a falta de valorização monetária e moral, que mesmo diante das adversidades tem uma argumentação pautada na utopia docente de que sua atuação contribui para melhoria qualitativa da pessoa possibilitando a hominização do homem, que ainda sim apresenta e realiza propostas de intervenção na realidade porque tem fé na vida, fé no homem e fé no que virá, são exemplos impares de pessoas que sabem o porque estamos e de estarmos aqui e fazem a diferença.
Vamos lá, a hora é essa! Porque o tempo urge e a Sapucaí é grande...

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