sexta-feira, 3 de agosto de 2007

OLHARES SOBRE O ATO DE APRENDER

Por Prof Ms Jorge Ricardo Menezes da Silva

O aprender é uma das mais significativas ações humanas. Pelo aprender somos capazes de desenvolver nossas potencialidades de modo a expressá-las por meio do desenvolvimento de competências, habilidades, hábitos e atitudes.

O ato de aprender é algo intrigante e, no meu humilde ponto de vista, atividade que necessariamente precisa ser visitada pelo educador que deseja ensinar de forma a contribuir com a transformação dos comportamentos cognitivos, afetivos e psicomotores.

Faz-se importante o entendimento de diferentes ópticas que visitam a aprendizagem humana. A epistemologia genética de Piaget é um importante receituário na formatação de concepções a respeito da construção do conhecimento por parte do educando. Ela parte da premissa que a aprendizagem se constitui por meio de estímulos que causam desequilíbrio nos esquemas cognitivos de modo a provocar a acomodação e posterior assimilação dos saberes.

Um outro olhar sobre o ato de aprender, ainda, sob a óptica piagetiana refere-se à questão da maturidade bio-psicológica em função das faixas etárias. Na idade escolar do ensino fundamental, crianças entre seis e doze anos estão no estágio das operações concretas, caracterizado pela manipulação de saberes de forma palpável e observável. Os adolescentes apresentam características do estágio das operações formais fato que permite a hipotetização na construção de argumentação e elaboração de propostas.

Outra visão altamente importante no que se refere ao ato de aprender é ligada à gnose, isto é, como se dá a percepção dos saberes. Existem incontáveis teses que fundamentam este fenômeno da psique humana.

A linha observada por Dunn estuda que a percepção humana atua no estilo de leitura, na forma ou formas latentes em que o ser humano percebe o mundo, se de forma visual, auditiva ou cinestésica.

Outra linha refere-se aos estudos de sobre a dominância cerebral conforme estudos de Gregorc, da forma como se organizam as informações na mente. Se o educando tem sua percepção balizada pelo hemisfério direito (intuitivo e criativo) ou pelo hemisfério esquerdo (lógico e linear).

A leitura de Gardner a respeito da inteligência estrutura a mente como uma teia relacional entre diferentes inteligências que estabelece uma mediação entre os fatores biológicos, cognitivos, psicológicos e sócio-culturais envolvidos no ato de aprender e na construção da própria aprendizagem.

Dado ao exposto, confere-se ao ato de aprender uma leitura complexa de ser entendida. O educador como facilitador da aprendizagem deve ter consciência de seu papel na condução de um processo de ensino efetivo de forma que a aprendizagem como objeto e objetivo do ensino ocorra, de modo a agregar valor à formação humana nas perspectivas intelectual, moral, afetiva, atitudinal conduzindo ao saber, ao saber fazer, ao saber ser, ao saber viver e ao saber conviver.

Ensinar dá trabalho, isto é fato. Entretanto, o resultado é motivador e não há dinheiro que pague a satisfação pela superação do cumprimento do dever docente, simplesmente. É a sublimação do professor que de fato transformou-se em educador.